data-filename="retriever" style="width: 100%;">Tenho tentado, mas temo concluir ser impossível tratar de outro tema que não esta maldita pandemia e seus efeitos inúmeros. Aliás, um deles, dos mais comezinhos e simplórios, é exatamente a monopolização das preocupações. Fazer o que, se não há como ser diferente pelo vejo?
Então, vamos lá, tecer comentários, opinião, sobre este assunto enjoativo, entristecedor mas que, ao menos eu, não consegui fugir ou ignorar, apesar de todos os esforços cotidianos empregados.
E mais uma vez, pela lente brasileira, brasileiro que sou, a dar saliência a mais uma das peculiaridades naturalmente exercidas historicamente no exercício de talento que sinceramente desejo seja só nosso, pois mais que ser inócuo, é prejudicial a qualquer coletividade, não desejando a nenhuma outra nação este em especial do qual precisamos nos curar tanto quando do vírus: o de buscar e apontar culpados em meio ao caos, no mesmo passo e grau em que relegamos as soluções e os reconhecimentos a quem tem mérito pelas medidas positivas, ao esquecimento.
A mais atual culpa atribuída na manifestação de costume, por exemplo, veio quando se detectou que as ampolas de vacinas processadas e envasadas pelo instituto Butantan não continham a completude das 10 doses que cada recipiente deveria comportar.
Antes de se saber que tal se devia, ou se deve, ao natural desgaste de peças e consequente desregulação da máquina envasadora que tem funcionado 24 horas por dia, em todos os dias da semana, pulularam ataques em brado, todos apontadores de um ou outro culpado.
Para uns, desordem nos governos estaduais, atravessadores do material que desorganizados, ineficientes na distribuição e no controle, deram azo ao desperdício ou perecimento dos preciosos materiais.
Para outros, culpa dos prefeitos, igualmente incapazes de bem armazenar as vacinas, como de promover sua eficiente aplicação na população, tampouco evitar supostas fraudes a explicar a razão do "sumiço" dos mililitros.
Mas ninguém a reconhecer, nem sequer culpar a estes, pelas vacinas já aplicadas, pelos esforços que, até então, deram certo mesmo para imunizar os poucos felizardos que já foram picados pelas agulhas salvadoras.
Quando elucidado o problema fabril, mecânico, maquinário, todos passaram a culpar o instituto e o governo do Estado de São Paulo. Mas, novamente, ninguém a dar graças, ou culpá-los, pelo fato de termos mínima vacinação em razão de, lá atrás, quando tudo era quimera, terem acreditado na ciência, planejado como se espera de gestores responsáveis o que se tem disponível agora.
Ora, muito do pouco que se tem e foi feito é culpa de toda essa gente! Só não é culpa deles o fato exatamente de ser tão pouco.
E, como cediço, não se apresentou sequer um dos bradadores apontadores com pelo menos uma chave de fendas na mão, para empregar ou emprestar, na senda da solução pelo reparo na máquina.
Surpresa? Fala por ti...
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